Qual doença está por trás da sua Labirintite?
O que está por trás da sua tontura?
A consulta deve ser muito bem dirigida, com escuta, paciência e muita empatia para com o paciente. Devemos lembrar que esse tratamento deve ocorrer tanto da parte do profissional quanto do paciente, uma vez que o indivíduo sofre repreensão principalmente por não ser compreendido pelos familiares, amigos e colegas de trabalho.
“Muitas pessoas acabam desenvolvendo um preconceito com relação à tontura, pois é ainda um assunto pouco debatido, o que torna mais difícil a compreensão e o diagnóstico preciso”, ressalta o neurologista Saulo Nader, especialista em vertigens, zumbidos, tonturas e desequilíbrios – Doutor Tontura, como foi apelidado pelos pacientes e internautas.
- VERTIGEM:
Segundo Dr. Saulo, o primeiro subtipo de tontura e o mais famoso é a vertigem – uma alteração da percepção do movimento, por exemplo, uma pessoa que olha para cima e percebe que as coisas ou ela mesma está girando, ou então a pessoa começa a perceber que as coisas estão balançando, como se ela estivesse em um navio ou em uma balança de parque, podendo durar alguns minutos, horas ou dias.
“Se é vertigem, as chances do problema está no labirinto, no nervo do labirinto ou nas áreas do cérebro de controle do equilíbrio é enorme, tendo como exemplo a VPPB, a Doença de Ménière, a Neurite Vestibular e Paroxismia, a Migrânea Vestibular e AVC Cerebelar”, diz o neuro.
- TONTURA DE ORIGEM SISTÊMICA:
O segundo tipo de tontura é chamada de tontura de origem clínica sistêmica – uma sensação de algo como um peso na cabeça, com algo de atordoamento, uma fraqueza em todo o corpo, uma sensação de corpo cansado, de mal-estar generalizado, sendo suas causas de origem diversas, como o corpo combatendo infecções graves, intoxicações como a de ressaca por álcool ou uso de outra droga de abuso, anemia, carência de ferro ou vitamina B12, problemas hormonais como o hipotireoidismo, diabetes muito descompensada. A tontura é um sinal de alerta, se está sentindo qualquer tipo de tontura, é válido buscar a ajuda de um profissional, uma vez que esse é um indício de que algo não está legal.
- TONTURA DE ORIGEM CLÍNICA CARDIOLÓGICA:
O terceiro tipo de tontura é a tontura de origem clínica cardiológica – aqui a origem do problema está no sistema cardiovascular ou no coração ou nos vasos do corpo. A sensação percebida aqui é de um quase desmaio, com vista escurecendo ou embasando, às vezes, palidez e sudorese, ocasionada por uma queda de pressão mais de que o normal por uma fração de tempo, levando a uma diminuição de oxigênio no cérebro, podendo também ser chamada de Lipotimia, talvez ocasionada também por um problema de reflexos dos vasos do corpo, ou seja, se eles estão mais fechados ou abertos, como na Síndrome Vasovagal, ou por um problema neurológico como a Doença de Parkinson e a de múltiplos sistemas.
- DESEQUILÍBRIO:
O quarto tipo de tontura é o desequilíbrio – nesse grupo entram as pessoas que a tontura está mais focada nas pernas e não na cabeça. Nesse caso, não há uma sensação de que as coisas estão girando ou de que a pessoa vai desmaiar, sendo a principal sensação o desequilíbrio, logo, mais perceptível ao caminhar. Além disso, também há uma sensação de não sentir o chão muito bem, não ter firmeza nas pernas, sensação das pernas bobas ou desordenadas, sensação de insegurança para caminhar, dificuldades para andar em alguns locais, como na areia da praia e calçadas.
Esse problema pode apresentar diferentes casos, indo desde a Doença de Parkinson, por exemplo, até problemas ortopédicos.
- SENSAÇÕES CEFÁLICAS INESPECÍFICAS:
O quinto tipo de tontura é chamado de Sensações cefálicas inespecíficas – esse subtipo é ainda mais desafiante, uma vez que o relato é mais vago por natureza, por exemplo, cabeça oca, cabeça vazia, cabeça estranha, cabeça flutuando, pisar em ovos, cabeça como se fosse um aquário, cabeça maior ou menor do que o normal. É comum a pessoa não encontrar palavras para conseguir verbalizar o que ela sente. Esse caso pode ser ocasionado por diferentes motivos também, por exemplo a TPPP, chamada também de vertigem fóbica, outro exemplo, Mal de Debarquement, além de doenças psiquiátricas como a depressão, ansiedade e pânico.
“Notei que, em alguns casos, os problemas psicológicos podem causar a tontura, mas muitas vezes eu vejo o contrário, ela desafia e fragiliza o indivíduo, levando a um momento de ansiedade ou até mesmo de depressão, ou seja, a questão psiquiátrica é muitas vezes consequência e não a causa da tontura e, nesses casos, muitas vezes há novamente o preconceito com a desvalorização da queixa de tontura. Na atualidade levamos também em consideração a frequência e as características de sintomas associados para levarmos a um possível diagnóstico, por exemplo, além do exame neurológico, para ver como tudo está de fato funcionando”, finaliza Doutor Tontura.