Perda ou ganho de peso depende de vários fatores, não apenas de estado de felicidade
O nutricionista Gustavo Duarte Pimentel, membro da Sban (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição), afirma haver estudos indicando que pessoas obesas têm mais sintomas depressivos do que indivíduos magros, mas alerta que as pesquisas são preliminares e não de causa e efeito.
O médico Paulo Augusto Carvalho Miranda, presidente da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) explica que o excesso de cortisol, uma condição rara conhecida por hipercortisolismo, está associado ao aumento da pressão arterial, da diabetes e do peso corporal, mas o hormônio não é o vilão.
“Levar um estilo de vida com estresse contínuo e má qualidade de sono, sem tempo para atividade física e lazer está associado ao aumento do risco de obesidade. Não dá para determinar que é só um hormônio o responsável por isso”, afirma o especialista.
O endocrinologista Rodrigo Lamounier, diretor da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica) endossa a explicação e alerta que atribuir ao cortisol a responsabilidade pelo aumento de peso seria uma simplificação de uma relação mais complexa. “Não é por causa disso que há a epidemia de obesidade. Há outros fatores mais importantes, mas é claro que uma harmonia de vida é importante para tudo, inclusive para o controle do peso.”
Sobre a relação da serotonina com o emagrecimento, Lamounier também afirma que, de fato, a positividade, o otimismo e o bem-estar ajudam em todos os desfechos de pacientes, mas alerta: “Dizer que comemorar libera serotonina e emagrece é uma afirmação que tenta tornar muito óbvia e até ingênua, de certa maneira, uma questão tão complexa que é a obesidade e a dificuldade de tratamento.”
A Folha tentou contato com a autora da publicação, mas não teve retorno até a publicação deste texto.